Ricardo Eloy; Augusto Ferreira, Jr; Heitor Carvalho; José Carlos Brito; Eduardo Tadeu; Antônio Carlos Nery; Angela Ribeiro; Regina Oliveira; Nilzo Ribeiro
DOI: 10.1590/S0102-76381986000200006
RESUMO
Foram analisados 135 pacientes levados a cirurgia do aparelho valvar, com idade inferior a quinze anos, no período de 11 anos (fevereiro de 1975 a fevereiro de 1986). Os pacientes foram divididos em dois grupos, de acordo com o tipo de cirurgia realizada. No grupo I, formado por 60 crianças, foi preservado o aparelho valvar por técnicas cirúrgicas reparadoras da anatomia e função valvar. Tivemos uma mortalidade cirúrgica de 7%, 34% estão sem seguimento. Dos pacientes acompanhados, 72% encontram-se assintomáticos, ou pouco sintomáticos; 2 pacientes (5%) foram a óbito tardio e 22% foram reoperados para implante de prótese.No grupo II, 75 pacientes foram levados a cirurgia, para implante de prótese. A mortalidade hospitalar foi de 12% e 13 pacientes (20%) estão sem seguimento. Dos pacientes acompanhados, 71 % estão assintomáticos, ou pouco sintomáticos; 4% voltaram a apresentar sintomas; 13% (7 pacientes) foram a óbito tardio e 23% (12 pacientes) foram reoperados. À análise mais detalhada dos dois grupos, as mortalidades hospitalar e tardia nos induzem a concluir que se deve fazer todo o empenho na preservação do aparelho valvar lesado.O baixo nível sócio-econômico, responsável pela baixa faixa etária em que são atingidos os pacientes em suas lesões valvares, é também responsável pela extrema dificuldade em se manter o acompanhamento clínico pós-operatório.ABSTRACT
Valvular surgery was performed in 135 patients under the age of 15 years during the period between February 1975 and February 1986. They are devided in two groups: group I) plastic repair, 60 patients; group II) prosthetic surgery, 75 patients. In group I hospital mortality was 7%. Were lost to follow-up 34% of the survivors. Among the patients under control, 72% have no symptoms. 5% died and 22% have had another surgery for prosthesis placement. In group II hospital mortality was 12% and 20% of survivors were lost to follow-up. Of the remaining patients, 71 % have no, or few symptoms, 4% are symptomatic and not doing well; 13% have died and 23% have had a second operation. In conclusion, we think that every effort should be made to preserve native valves in this young group of patients.REFERÊNCIAS
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