Article

lock Open Access lock Peer-Reviewed

1

Views

RELATO DE CASO

Hérnia intrapericárdica transdiafragmática em trauma contuso: relato de caso e revisão da literatura

Antonio Sebastião PORTO0; Yasuo OSHIRO0; José Carlos Dorsa Vieira Pontes0; Carlos Geraldo Sobral de Medeiros0; Amauri Muniz NANDES0; Luiz Alberto OVANDO0

DOI: 10.1590/S0102-76381998000100011

INTRODUÇÃO

Em traumas contusos do tórax e do abdome, as roturas do diafragma, com e sem hérnias, atingem cerca de 4,5 a 6,6% dos casos (1, 2).

Essas situações patológicas foram (1,3-6) e continuam a ser (7, 8) muito bem estudadas. Já as roturas isoladas do saco pericárdico, descritas inicialmente em 1831 (9), são acontecimentos raramente registrados, podendo acontecer como simples lacerações localizadas (10-14) que, na dependência da sua extensão, podem permitir luxações cardíacas (15-19) para os espaços pleurais.

Nos traumatismos fechados, as lacerações conjuntas, nos mesmos níveis, do diafragma e do pericárdio, sem hérnias (20-23) são incomuns. Quando ocorrem as situações herniárias, as vísceras abdominais podem se alojar isoladamente no saco pericárdico, exclusivamente no espaço pleural ou, ao mesmo tempo, atingir as duas cavidades.

A apresentação de 1 caso de hérnia intrapericárdica com conteúdo abdominal, resultante de rotura frenopericárdica por trauma contuso e uma revisão de descrições similares (24-55), são os objetivos deste trabalho. Neste estudo, não serão consideradas as luxações do coração para o abdome (56-58), as roturas diafragmático-pericárdicas que permitiram hérnias somente para os espaços pleurais (59-71), as hérnias para dentro do pericárdio conseqüentes a ferimentos penetrantes (72-75), as oriundas de complicações cirúrgicas (76) e as congênitas (77-83). Também, não serão analisados os casos sem história clínica (4) e os identificados em necrópsias (84-86), supostamente descritos como traumáticos. Além disso, não serão computados os relatos cujas análises detalhadas deixam dúvidas quanto à sua etiologia traumática ou congênita (87-91). Com esses limites, a partir de 1937 (24), somados ao relato atual, existem apenas 38 casos descritos na literatura mundial (Tabela 1).



RELATO DO CASO

Às 5 horas do dia 17 de outubro de 1991 deu entrada no Pronto Atendimento do Núcleo de Hospital Universitário da UFMS, RG 284.393/91, o paciente J M A, 42 anos de idade, sexo masculino, branco, casado, profissão indefinida, 1 hora após ter sofrido acidente automobilístico (capotamento).

Ao exame físico o paciente mostrava-se obnubilado, inquieto, pálido, com sudorese difusa e taquipnéico. O hemitórax direito estava aumentado de volume, com movimentos respiratórios paradoxais; crepitações aéreas e ósseas foram palpadas no mesmo local. Na ausculta, foi observado uma diminuição do murmúrio vesicular pulmonar à direita, as bulhas cardíacas eram normofonéticas e a freqüência ligeiramente acelerada. O paciente demonstrava dor à palpação do tórax e na movimentação do quadril. No abdome não havia distensão ou afundamento e o borborismo estava presente; na palpação local, não existiam sinais de irritação peritoneal ou tumefações. PA: 105/85 mmHg; Pulso: 115 bpm; FR: 28 ipm. Foi constatada hematúria após cateterismo vesical e realizadas punções abdominais, afastando o hemoperitônio. Foram solicitados: exames laboratoriais hematológicos e urinário; exames radiográficos do crânio, tórax, abdome, quadril, membros superiores e inferiores e, também, pareceres médicos especializados.

De posse dos exames complementares, estabeleceram-se as seguintes hipóteses diagnósticas: politraumatizado com concussão cerebral; tórax instável, fraturas múltiplas do 3º ao 10º arcos costais direitos; fratura de bacia; rotura renal ou vesical urinária; enfizema do tecido celular subcutâneo e hematoma de parede torácica lateral direita; hemopneumotórax ou rotura diafragmática à direita com hérnia intratorácica; escoriações e feridas corto-contusas diversas. A área cardíaca estava dentro dos limites normais nas radiografias do tórax. Os colegas ortopedistas e urologistas mantiveram condutas expectantes. A nossa equipe indicou o tratamento cirúrgico.

O paciente foi levado ao Centro Cirúrgico e operado: toracotomia ântero-látero-posterior direita, ao nível do 6º espaço intercostal. Além das fraturas costais, foram encontradas: lascerações pulmonares; hemotórax de pequeno volume (300 ml); grande rotura do diafragma (15 cm), com herniação do fígado (lobo direito e parte do lobo esquerdo) para a cavidade pleural; pequena rotura lateral do saco pericárdico (2 cm), anterior ao nervo frênico, com hérnia parcial da aurícula direita. O fígado mostrava-se íntegro e foi reconduzido à cavidade abdominal. A ferida diafragmática foi fechada com fios inabsorvíveis, ancorados em fragmentos de pericárdio bovino. No saco pericárdico realizou-se uma abertura inferior, junto à veia cava (drenagem), reduziu-se a hérnia auricular e fechou-se a rotura com fios inabsorvíveis. A seguir, procedeu-se às rafias dos lobos pulmonares com fios absorvíveis em dois planos e os arcos costais foram fixados com fios de aço. Foram instalados 2 sistemas de drenagem fechada no espaço pleural e concluídos os demais planos de fechamento cirúrgico.

No 3º dia de pós-operatório, o paciente recobrou a consciência, passando a relatar desconforto na região retroesternal e na região epigástrica. Tal desconforto no 4º dia, se transformou em dores, quando assumia o decúbito dorsal horizontal e isto o estava impedindo de dormir. Informou ainda não ter realizado evacuações intestinais. Novamente examinado, a ausculta da área precordial chamou a atenção por apresentar hipofonese de bulhas e ruídos hidroaéreos. Uma nova radiografia do tórax demonstrou que a área cardíaca estava aumentada de tamanho e, no seu interior, havia imagens hipo e hipertransparentes não bem delimitadas (Figura 1 A). Suspeitou-se de uma possível segunda hérnia transdiafragmática localizada retro-esternalmente ou de um hemopneumopericárdio. Um estudo ecocardiográfico mostrou-se inconclusivo, uma vez que o paciente não manteve a imobilidade e o decúbito necessários, durante a sua realização. A seguir, foi solicitado o estudo radiológico contrastado de trânsito esôfago-gastro-intestinal.


Fig. 1 - Radiografias do tórax e da região tóracoabdominal. A: área cardíaca aumentada, contendo regiões hipo e hipertransparentes. B: exame contrastado, demonstrando seguimento do colo transverso dentro do saco pericárdico. C: área cardíaca normal.

No dia 23 de outubro de 1991 o estudo radiográfico baritado foi concluído e demonstrou uma hérnia de alça intestinal (colo transverso) para dentro do saco pericárdico (Figura 1 B). Neste mesmo dia o paciente foi submetido a segunda operação: esternotomia mediana parcial inferior. O saco pericárdico foi aberto no mesmo sentido da incisão óssea e, dentro do mesmo, ao lado e sob o ventrículo direito, foram encontrados um segmento do colo transverso e porção moderada do epíploo (Figura 2 A e 2 B). Ambas estruturas passavam por uma rotura diafragmática (7 x 4 cm) ao nível do centro tendíneo, não estavam firmemente aderidas e mostravam sinais de viabilidade. O conteúdo herniário foi reconduzido para a cavidade abdominal e, através da laceração, pôde ser visto parte do lobo esquerdo do fígado (Figura 2 C) que, depois de afastado, permitiu exame das vísceras abdominais. A ferida do diafragma foi fechada com fios inabsorvíveis ancorados em fragmentos de tecido sintético (Figura 2 D). O mediastino anterior foi drenado, as bordas do pericárdio foram aproximadas parcialmente com pontos separados de fios inabsorvíveis, as partes do esterno foram juntadas com pontos separados de fios de aço e procedeu-se ao restante do fechamento da parede por planos.


Fig. 2 - Detalhes de tempos cirúrgicos. A: saco pericárdico aberto; a seta aponta o epíploo e seguimento do colo transverso. B: as setas indicam o coração(x) e o colo transverso(y). C: rotura frenopericárdica; a seta mostra o fígado. D: rafia da rotura frenopericárdica.

O paciente evoluiu sem intercorrências no segundo dia de pós-operatório, recebeu alta hospitalar após 4 semanas. Retornou para controle ambulatorial na 8ª e na 12ª semana após o dia do acidente, quando fez uma radiografia do tórax demonstrando área cardíaca com limites e conteúdos normais (Figura 1 C).

COMENTÁRIOS

Neste total de 38 pacientes traumatizados, com idades entre 10 e 85 (média 47,21 ± 12,74) anos, 4 (10,52%) do sexo feminino e 34 (89,47%) eram do sexo masculino. Em 27 (71,05%) deles, os traumas contusos (Tabela 2) foram conseqüentes a acidentes de trânsito. Dos 11 (28,94%) pacientes restantes, em 3 (40, 51, 55) as causas não foram específicadas e, nos demais, aconteceram: coice de cavalo no abdome (49), espancamentos (pauladas) (46) e soco violento no tórax (26), pancada lombar por tronco de árvore (33), pancada por freio e passagem de uma roda de charrete sobre o tórax (24), quedas de altura (31, 47) e queda de esqui (41). Em épocas distintas, os mesmos traumatismos aconteceram mais de uma vez em 2 pacientes (31, 46) e, em 1 paciente (41), ocorreu queda de esqui seguida de acidente automobilístico. As contusões múltiplas atingiram 20 (52,63%) dos acidentados e, entre as localizadas no tronco, a parede torácica foi a região mais atingida. Paradoxalmente, houve pequena incidência de enfizema do tecido celular subcutâneo (33, 36, 42, I), de hemopericárdio com tamponamento cardíaco (45, 49), de hemoperitônio (41), de hemotórax (34, I) e de pneumotórax (26, 33, 38, 49, I). As fraturas costais ocorreram com elevada freqüência e a incidência das demais lesões associadas, tais como concussões cerebrais, fraturas cranianas, fraturas dos membros e fraturas da bacia, foram semelhantes a outros estudos (3, 4) de pacientes politraumatizados.



No atendimento inicial, 5 pacientes estavam inconscientes (41, 43, 49, I), 2 eram assintomáticos (47, 50) e sobre 1 caso (48) não existe o relato da sintomatologia. Os sintomas e os sinais clínicos relatados e encontrados (Tabela 3) foram, quase sempre, tardios e predominantemente torácicos. A dispnéia foi o sintoma mais freqüente, porém, em apenas 2 casos (28, 52), a insuficiência cardíaca foi comprovada. Na maioria dos pacientes, as sensações de desconfortos, de dores torácicas, de dispnéias ou de taquicardias (25, 27, 30, 31, 34, 35, 39, 40, 44, 49, 51, 55, I), estavam relacionadas com a alimentação ou com o decúbito assumido e deste modo, provavelmente, eram conseqüentes às ações mecânicas das vísceras abdominais intrapericárdicas sobre o coração. Por outro lado, com exceção de 1 caso com colecistite (47), as descrições semiológicas gastrointestinais (24, 28, 32, 33, 36, 42, 43, 45, 52, 53) tinham conotações diretas com os mecanismos de trações, de distensões ou de oclusões viscerais. Além disso, através da parede torácica, o borborismo gastrointestinal foi audível em 7 casos (25, 30, 33, 40, 46, 47, I), audível e visível em 2 casos (39, 44); em 4 casos (28, 39, 43, 53) o abdome superior se mostrava escavado.







Na radiografia simples do tórax, realizada durante os primeiros atendimentos dos pacientes, a imagem da área cardíaca estava aumentada em 10 (28, 35, 38, 42, 46, 47, 49, 52), continha formações bolhosas em 4 (39, 41, 47, 49), mostravam ar no saco pericárdico em 1 (36) e eram de limites normais em 6 (31, 32, 37, 44, 45, I). Os estudos radioscópicos e radiográficos contrastados do trânsito gastrointestinal levantaram hipóteses diagnósticas (Tabela 1) de hérnias intrapericárdicas em 11 (28,94%) casos (34, 36, 41, 46, 47, 49, 50, 53), de hérnias diafragmáticas em 22 (57,89%) casos (24, 30, 32, 33, 37, 38, 44, 47, 48, 51, 55), de hérnia do hiato esofágico em 1 (2,63%) caso (31) e, em 4 (10,81%) casos (35, 41, 45, 52), o diagnóstico permaneceu indefinido.

Foram ainda realizados os seguintes exames complementares: ecocardiografia (I), eletrocardiografia (31, 34, 35, 39, 43), endoscopia digestiva (33), estudo hemodinâmico e angiocardiográfico (41, 52), pericardiocentese (42), pneumoperitoniografia (34) e tomografia computadorizada (46). Este último exame, bem como as angiocardiografias apenas confirmaram os achados radiográficos. A segunda pericardiocentese, realizada por punção do espaço intercostal no mesmo paciente (42), levou à suspeita de hérnia diafragmática com conteúdo gástrico e os demais exames foram inconclusivos.

Os intervalos de tempo entre os traumatismos e o tratamento cirúrgico (Tabela 1) foram bastante distintos e, por isso, considerados em duas fases: uma aguda, de 2 horas até 12 (média 3,62 ± 3,65) dias e, uma crônica, de 3 meses até 23 (média 5,88 ± 4,96) anos. Somente 12 (31,57%) pacientes (33, 36, 37, 41-45, 49, I) foram operados na fase aguda devido, principalmente, à gravidade das situações clínicas. Nos demais 26 (68,42%) casos, as operações aconteceram na fase crônica.

Como vias isoladas de acesso cirúrgico (Tabela 4), a laparotomia foi realizada em 18 (47,36%) pacientes (28, 33, 34, 41-49, 51, 54, 55) e a toracotomia lateral em 13 (34,21%) pacientes (25-27, 29-32, 35, 37, 39-41, 50). Esternotomia mediana, precedida de toracotomia lateral (I) e de pericardiotomia (17), ocorreu em 2 pacientes. Laparotomia foi seguida de toracotomia lateral em 3 pacientes (24, 36, 53) e toracotomia lateral foi seguida de laparotomia em 2 outros (38, 55). Laparotomia foi precedida de drenagem pleural (49) e de toracocentese (45) em 2 pacientes. Toracotomia lateral foi repetida em 2 pacientes (31, 50) e, neles, as hérnias só foram identificadas após a abertura do saco pericárdico.

Em 25 (65,78%) pacientes o conteúdo herniário (Tabela 5), migrando através da rotura central, ficou restrito ao saco pericárdico (23, 28, 33, 34, 36-38, 41, 44-49, 51-55) e, em outros 11 (28,94%), invadiu ao mesmo tempo, a loja cardíaca e o espaço pleural (24, 25, 27, 29-31, 35, 39, 40, 42, 43). Em 2 (5,26%) pacientes (32, I) houve herniação simultânea para o pericárdio e para o espaço pleural, por meio de roturas distintas nas hemicúpulas e nas junções frenopericárdicas. Por ordem de incidência, as vísceras mais herniadas foram: o colo transverso, o epíploo, o estômago, o intestino delgado e o fígado. O baço (43) e o coração (39, I) foram conteúdos herniários apenas do espaço pleural.

As roturas conjuntas do centro tendíneo do diafragma e do pericárdio basal (Tabela 6), cujos maiores diâmetros oscilaram de 4 a 20 (média 9,33 ± 3,01) cm, aconteceram em todos os casos, na maioria das vezes restritas à parte central; por 10 vezes elas atingiram as hemicúpulas esquerdas (24, 25, 27, 29, 30, 35, 39, 40, 43, 51) e por uma vez alcançou a hemicúpula direita (42). Em 3 casos (27, 39, I), além das roturas centrais frenopericárdicas, houve lasceração lateral do saco pericárdico. Todas as aberturas foram suturadas com pontos separados, com sutura simples ou dupla, usando-se fios não absorvíveis. Em 2 casos as suturas foram ancoradas: com epíploo e fascia lata (26) e com fragmentos de tecido sintético (I). Em 3 casos (38, 40, 53) foram aplicadas telas de tecidos sintéticos.



No pós-operatório imediato (Tabela 7) faleceram 3 (7,89%) pacientes complicados com: delirium tremens, paralisia intestinal e pericardite (47); insuficiência renal e septicemia (41), pneumotórax e insuficiência respiratória (24). Outros 9 (23,68%) pacientes se recuperaram após as seguintes complicações: atelectasia pulmonar (51), bloqueio do ramo direito do feixe de His (34), insuficiência cardíaca (38), insuficiência respiratória (38, 45, 49), paresia frênica (29, 35), pericardite (44, 49, 54) e pleurite (44).



É do conhecimento geral que a rotura do diafragma nos traumas contusos é dependente da intensidade dos impactos, dos locais atingidos, da orientação das forças traumatizantes sobre as regiões toracoabdominais e, também, da súbita desaceleração dos movimentos; fatores esses que provocam elevações repentinas das pressões intra-abdominais (1, 3, 5). Hipoteticamente, a menor incidência de rotura diafragmática do lado direito é explicada pelo posicionamento do fígado, amortecendo tais aumentos pressóricos (47), ou por ser a hemicúpula esquerda embriologicamente menos resistente (3, 4). Entretanto, até o presente momento, não existem argumentos plausíveis para as roturas da hemicúpula diafragmática direita (1, 92) ou para as roturas diafragmáticas bilaterais (93). Além disso, não existem justificativas satisfatórias para iguais incidências de roturas diafragmáticas tanto à direita quanto à esquerda, encontradas nas necrópsias de pacientes que vieram a falecer após esses traumatismos (5).

Nesses pacientes com hérnias intrapericárdicas transdiafragmáticas, as roturas do centro tendíneo diafragmático e das bases pericárdicas aconteceram decorrentes de fatores comuns (18). Provavelmente, por serem regiões anatomicamente ligadas por tecidos conjuntivos frouxos em contatos a tecidos pericárdicos mais delgados (15, 94); ou seja, por serem locais comuns de relativa fragilidade (47) onde, coincidentemente (5), incidiram vetores de súbitas elevações pressóricas intra-abdominais.

A dificuldade do diagnóstico pode ser explicada considerando-se a possibilidade de existir um período latente (7, 54) até a passagem do conteúdo herniário abdominal para o saco pericárdico. As herniações estariam dependentes do tamanho das lacerações iniciais, de possíveis bloqueios da abertura por tecido epiplóico ou pelo fígado e de mudanças progressivas das pressões intra-abdominais (4, 8, 89). Desse modo, nos pacientes com ou sem sintomas e sinais clínicos, cuja imagem radiográfica da área cardíaca estava alterada logo após o traumatismo, praticamente não houve período de latência para ocorrer as hérnias intrapericárdicas. Em outros pacientes, também com ou sem sintomas e sinais clínicos, cuja imagem radiográfica era de aérea cardíaca normal, na fase aguda pós contusão, houve mais tempo para as formações herniárias, na dependência dos fatores citados. Considerando verdadeiras essas hipóteses, os pacientes com roturas centrais frenopericárdicas (20-23), sem hérnia, futuramente teriam possibilidades de as desenvolver se não fossem operados de imediato.

As falhas diagnósticas observadas em aproximadamente 70% dos casos descritos, independente dos pacientes serem atendidos imediata ou tardiamente, poderiam ser justificadas pela raridade ou pelo desconhecimento da existência desta situação. Contudo, na época atual, acreditamos que tais lacunas poderão ser corrigidas se, em primeiro lugar, lembrarmos sempre da possível rotura diafragmática em todo paciente com trauma contuso tóracoabdominal ou no politraumatizado (8) e nele pesquisarmos a possibilidade de hérnia transdiafragmática. De início, neste paciente, deverá ser introduzida uma sonda naso-gástrica (6) para, em seguida, fazer os estudos radioscópicos e radiográficos ao nível da transição toracoabdominal. Tais exames devem ser realizados com o paciente na posição ortostática e, em decúbito dorsal com o tronco inclinado em 45 graus. Com a mesma técnica, em situações não contra-indicadas, a sonda poderá ser substituída por contraste baritado diluído e os estudos deverão prosseguir, analisando o trânsito gastrointestinal. Não sendo definido processo herniário nessa fase, o período latente deve ser levado em conta e, a exemplo de outros estudos (2), os mesmos exames radiológicos poderão ser repetidos dias depois, aumentando assim as possibilidades da sua identificação.

Em situações de alto risco de vida, onde as hérnias intrapericárdicas se confundem com tamponamento cardíaco, abertura de janelas pericárdicas (19) poderão esclarecer definitivamente o diagnóstico e salvar vidas. A indução de pneumoperitônio seguida de radiografia, com finalidade diagnóstica, deve ser evitada (50) uma vez que o epíploo pode selar as lacerações e, desse modo, levar a um resultado falso-negativo. Os estudos tomográficos computadorizados e as cineangiocardiografias, além dispendiosos e restritos aos grandes Centros, podem corroborar, porém não substituir os exames radiológicos. O estudo ecocardiográfico inconclusivo, realizado em má condição no relato atual, não contra-indica a sua aplicabilidade nos pacientes com suspeita de hérnia intrapericárdica.

As vias de acesso cirúrgico nos casos aqui relatados permitem muitas controvérsias. As laparotomias ou as toracotomias foram dependentes das preferências ou das experiências de cada cirurgião. Em 1 caso toracotomizado (37), a liberação do conteúdo herniário e o fechamento da rotura foi realizado através de uma incisão praticada na hemicúpula diafragmática esquerda. Essa foi, ao nosso ver, uma situação extremamente difícil, para a qual talvez uma segunda abertura, isto é, uma laparotomia estaria melhor indicada. Não obstante as justificativas existentes para se abrir o tórax ou o abdome, na fase inicial do atendimento de paciente com processo herniário intrapericárdico, a laparotomia estará sempre bem indicada, quando suspeitarmos da existência de outras lesões intra-abdominais. Ainda na fase aguda, a toracotomia lateral, deverá ser empregada quando houver rotura da cúpula diafragmática direita ou outros comprometimentos intratorácicos. Nestas situações, o saco pericárdico deverá ser aberto e seu conteúdo examinado; além disso, toda a face abdominal do diafragma deverá ser explorada, considerando-se a possibilidade de existir mais de uma laceração (88,I). Havendo situações de lesões múltiplas intratorácicas e intra-abdominais, ainda na fase aguda, poderá ser necessária realização de toracotomia e laparotomia ao mesmo tempo. Na fase crônica onde existem aderências do conteúdo abdominal com o coração, com o diafragma e com o pericárdio, deve ser usada a via transesternal mediana, quando o conteúdo herniário for exclusivo do saco pericárdico e a toracotomia lateral, quando as vísceras herniadas ocuparem, ao mesmo tempo, os espaços pleurais.

AGRADECIMENTO: Nossos agradecimentos aos Professores Margarete K. Mendonça (Dep. de Enfermagem e Obstetrícia / UFMS), Olavo Fontes M. Bessa (Dep. de Arquitetura / UNIFENAS), Raphael K. Adler (Dep. de Morfologia / UFRJ) e ao Sr. Hiroyuki Wakanabayashi, pelas traduções de determinados artigos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1 De La Rocha A G, Creel R J, Mulligan G W N, Burns C M - Diaphragmatic rupture due to blunt abdominal trauma. Surg Gynecol Obst 1982; 154: 175-80.

2 Pioner S R, Coral R P, Weston A C, Fuhrmeister C A, Costa R - Hérnia diafragmática traumática crônica. Rev Col Bras Cir 1996; 23: 13-6.

3 Lucido J L & Wall C A - Rupture of the diaphragm due to blunt trauma. Arch Surg 1963; 86: 131-41.

4 Bekassy S M, Dave K S, Wooler G H, Ionescu M I - "Spontaneous" and traumatic rupture of the diaphragm: long-term results. Ann Surg 1973; 177: 320-4.

5 Aun F, Lourenção J L, Younes R N, Alfieri Jr. F, Birolini D, Oliveira M R - Contribuição ao estudo da história natural e dos fatores de risco das hérnias diafragmáticas traumáticas. Rev Hosp Clin Fac Med São Paulo 1982; 37: 265-70.

6 Van Vugt A B & Schoots F J - Acute diaphragmatic rupture due to blunt trauma: a retrospective analysis. J Trauma 1989; 29: 683-6.

7 Lenot B, Bellenot F, Regnard J F et al. - Les ruptures du diaghrame de révélation tardie. Ann Chir Thorac Cardiovasc 1990; 44: 157-60.

8 Rizoli S B, Mantovani M, Elias Neto S, Badan Palhares F A - Lesões traumáticas do diafragma. Rev Col Bras Cir 1991; 18: 219-22.

9 Stokes W - A case of probable dislocation of the heart form external violence. Edind Med Surg J 1831; 36: 45-50.

10 Andersen M, Fredens M, Olesen K H - Traumatic rupture of the pericardium. Am J Cardiol 1971; 27: 566-9.

11 Andreassian B, Roche P, Nussaume O, Roger W, Macrez C L, Baumann J - Les traumatismes cardio-péricardiques récents a thorax fermé. Ann Chir Thorac Cardiovasc 1973; 12: 395-408.

12 Cham B, Baehrel B, Étivènt Ph., Guiraudon G, Gandjbakhch I, Cabrol C - Rupture isolée du péricarde après traumatisme fermé du thorax. J Chir (Paris) 1978; 115: 507-10.

13 Natalini G, Trancanelli V, Berardi F et al. - Rottura del pericardio da trauma chiuso del torace. Min Chir 1980; 35: 1123-5.

14 Beaurang J, Lamote J, Rosseel B, Cham B, Welch W - Repair of pericardial rupture by abdominal transphrenic approach solely. Thorac Cardiovasc Surg 1987; 35: 126.

15 Moreaux J & Rizzo M - Les ruptures du péricarde et les luxations extra-péricardiques du coeur dans les écrasements thoraciques. Ann Chir 1960; 14: 1395-403.

16 Agdal A N, Kringsholm B, Thomsen J L - Traumatisk pericardie-ruptur med pludseliguven-tet død 5 år efter traumet. Ugeskr Læg 1977; 139: 584-6.

17 Duveau D, Michaud J L, Letenneur J, Arnaud J, Cornet E - La luxation extrapéricardique du coeur dans les traumatismes fermés du thorax. Une nouvelle observation: revue de la littérature. Ann Chir Thorac Cardiovasc 1979; 33: 597-600.

18 Clark D E, Wiles III C S, Lim M K, Dunham C M, Rodriguez A - Traumatic rupture of the pericardium. Surgery 1983; 93: 495-503.
[ Medline ]

19 Fulda G, Rodriguez A, Turney S Z, Cowley R A - Blunt traumatic pericardial rupture: a ten-year experience 1979 to 1989. J Cardiovasc Surg 1990; 31: 525-30.

20 Ivanov V V - Rotura do diafragma e do pericárdio em trauma contuso abdominal. Vestnik Khir Grek (Moskva) 1965; 94: 109-10. (Texto em russo).

21 Christensen A J B & Fridmodt-Møller P C - Diafragmatisk perikardieruptur. Ugeskr Læg 1979; 141: 2902.

22 Anders A, Breyer H-G, Waldschmidt J - Linksseitige ventrikelruptur mit perikard diaphragma-verletzung. Chirurgie 1981; 52: 654-7.

23 Sans M, Margarit C, Barrios P et al. - Comunicación peritoneo-pericardica por rotura diafragmatica. Rev Quir Esp 1981; 8: 48-51.

24 Tixier M M, Corajod, Soustelle - Un cas de hernie diaphragmatique-phréno-thoraco-laparatomie: hernie de l'épiploon dans le péricarde - mort. Soc Chir Lyon 1937; 34: 233-9.

25 Brookes V S - Intrapericardial diaphragmatic hernia. Br J Surg 1952; 40: 511-3.

26 Crawshaw G R - Herniation of the stomach, transverse colon, and a portion of the jejunum into the pericardium. Br J Surg 1952; 39: 364-6.

27 Johnson E K & Mangiardi J L - Traumatic pericardiophrenic laceration with diaphragmatic herniation. New York St J Med 1953; 53: 1234-5.

28 Stein J, Colmore H P, Green R A - Diaphragmatico-pericardial tear with intrapericardial herniation of transverse colon. Radiology 1953; 60: 417-20.

29 Smith L & Lippert K M - Peritoneo-pericardial diaphragmatic hernia. Ann Surg 1958; 148: 798-804.

30 Moore T C - Traumatic pericardial diaphragmatic hernia. A M A Arch Surg 1959; 79: 827-30.

31 Robb D - Traumatic diaphragmatic hernia into the pericardium. Br J Surg 1963; 50: 664-6.

32 Von Rehn J - Die posttraumatische peritoneopericardiale zwerchfellruptur. Thoraxch Vask Chir 1963; 10: 277-83.

33 Wren H B, Chapman W S, Pearce C W - Traumatic diaphragmatic intrapericardial hernia. Southern Med J 1963; 56: 1043-5.

34 Herman P G & Goldstsein J E - Traumatic intrapericardial diaphragmatic hernia. Br J Radiol 1965; 38: 631-3.

35 Herberer G, Senno A, Laur A - Traumatische intraperikardiale Zwerchfellrisse mit Baucheingeweideprolaps. Der Chirurg 1967; 38: 410-6.

36 Davis P W - Traumatic herniation into the pericardial sac. Postgrad Med J 1968; 44: 875-8.

37 Wetrich R M, Sawyers T M, Haug C A - Diaphragmatic rupture with pericardial involvement: report of two cases. Ann Thorac Surg 1969; 8: 361-6.

38 Alexander D C & Torrance D J - Traumatic intrapericardial herniation of the transverse colon masquerading as a pericardial effusion on the scan. Radiology 1971; 98: 627-8.

39 Bank H, Sinkonver H, Ophir M, Shulemson M - Traumatic diaphragmatic transpericardial hernia. Br Med J 1971; 2: 629-30.

40 Samaan H A - Undiagnosed traumatic diaphragmatic hernia. Br J Surg 1971; 58: 257-61.

41 Rueff F L, Von Bary S, Spelsberg F - Traumatische herzbeutel-zwerchfell-ruptur. Med Klin 1972; 67: 677-80.

42 Handley D V & Havill J H - Diaphragmatic rupture with cardiac tamponade. Austral N Z J Surg 1975; 45: 155-7.

43 Melzig E P, Swank M, Salzberg A M - Acute blunt traumatic rupture of the diaphragm in children. Arch Surg 1976; 111: 1009-11.

44 Morrison J A & Mullens J E - Traumatic intrapericardial rupture of the diaphragm. J Trauma 1978; 18: 744-5.

45 Besson A, Macarone-Palmieri R, Saegesser F - Rupture du centre tendineux du diaphragme par traumatisme thoraco-abdominal fermé, avec tamponnade par éviscération intrapéricardique secondaire du côlon. Ann Chir Thorac Cardiovasc 1979; 33: 591-6.

46 Fagan C J, Schreiber M H, Amparo E G, Wysong C B - Traumatic diaphragmatic hernia into the pericardium: verification of diagnosis by compute tomography. J Comp Assist Tomog 1979; 3: 405-8.

47 Meng R L, Straus A, Milloy F, Kittle C F, Langston H - Intrapericardial diaphragmatic hernia in adults. Ann Surg 1979; 189: 359-66.

48 Oliaro A, Formento E, Marcellino A - Ernia diaframmatica intrapericardica. Min Chir 1980; 35: 505-8.

49 Adamthwaite D N, Snyders D C, Mirwis S J - Traumatic pericardiophrenic hernia: a report of 3 cases. Br J Surg 1983; 70: 117-9.

50 Van Loenhout R M M, Schiphorst T J M J, Wittens C H A, Pinckaers J A - Traumatic intrapericardial diaphragmatic hernia. J Trauma 1986; 26: 271-5.

51 Cobb R T & Stanley T V - Peritoneo-pericardial hernia: a review and case report. J Tenn Med Assoc 1987; 80: 677-9.

52 Bourdeaud'hui A, Roques X, Laborde N et al. - Hernie diaphragmatique intrapéricardique. Revue de la littérature: a propos d'un cas. Ann Chir Thorac Cardiovasc 1988; 42: 118-20.

53 Laric M J, Roger M, Broude H B - Intrapericardial diaphragmatic hernia: a case report. South African J Surg 1989; 27: 100-2.

54 Beless D J & Organ B C - Deleayed presentation of intrapericardial diaphragmatic hernia, an unusual cause of colon obstruction. Ann Emerg Med 1991; 20: 415-7.

55 Letessier E, Loubersac P, Gibaud H, Visset J - Hernie Phréno-péricardique post traumatique: rapport d'un cas. J Chir (Paris) 1991; 128: 101-2.

56 Le Treut Y P, Herve L, Boutboul R, Cardon J M, Bricot R - Ruptures du ventricle droit et du plancher péricardique à thorax fermé. J Chir (Paris) 1980; 117: 699-700.

57 Panichabhongse V, Panichabhongs S, Manothaya C - Cardiac herniation resuting from severe chest trauma: a case report. J Med Assoc Thailand 1980; 63: 168-71.

58 Slung H B, Raman V K, Ibrahim A, Scher K S - Traumatic diaphragmatic rupture involving the pericardium. Southern Med J 1983; 76: 1459-60.

59 Boevé H J - Ruptur van diaphragma en pericard bij bekkenfractuur. Néd Tijdschr Geneeskd 1950; 94: 417-8.

60 Uglov F G - Rotura pericardio-diafragmática. Vestnik Khir Grek (Moskva) 1953; 73: 43-5. (Texto em russo)

61 Ramström S & Alsén S - Diaphragmatic rupture following abdominal injuries. Acta Chir Scand 1954; 107: 304-8.

62 Zobnin E F - Rotura traumática do pericárdio e do diafragma, junto com múltiplas fraturas ósseas. Vestnik Khir Grek (Moskva) 1962; 88: 121. (Texto em russo)

63 Kusmich V A - Um caso de rotura do pericárdio associada a hérnia diafragmática esquerda e fratura pélvica. Vestinik Khir Grek (Moskva) 1965; 41: 137-7. (Texto em russo)

64 Suzuki H, Tajima T, Sekine H A, Satomi S, Irei S - Hérnia diafragmática traumática, associada com rotura pericárdica e múltiplas fraturas. Nippon Kyobu Geka 1965; 18: 1038-40. (Texto em japonês)

65 Clot J P, Lipstch L S, Cady J, Meot M, Jacquin F, Merino R - A propos d'un cas de hernie phréno-péricardique droite traumatique étranglée. Ann Chir 1970; 24: 917-22.

66 Coats R R, Sakai K, Lam C R - Estensive diaphragmatic-pericardial rupture from blunt trauma: report of a case, with a review. J Thorac Cardiovasc Surg 1972; 63: 275-8.

67 Borrie J & Lichter I - Pericardial rupture from blunt chest trauma. Thorax 1974; 29: 329-37.
[ Medline ]

68 Geiran O & Birkeland S - Pre-operative clinical diagnosis in pericardial rupture. Scand J Thorac Cardiovasc Surg 1974; 8: 188-91.

69 Matsuura Y, Tamura M, Yamashina H et al. - A case report of surgical repair of traumatic rupture of the pericardium and diaphragm. Jap J Surg 1978; 8: 51-6.

70 Rubio-Alvarez J, Fuster-Siebert M, Calzadilla-Martin G, Ledo-Andion R, Garcia-Bengochea J B - Traumatic rupture of the pericardium: report of two cases with unusual features.Texas Heart Inst J 1983; 10: 77-9.

71 Callejas M A, Mestres C A, Catalán M, Sánchez-Lloret J - Traumatic intrapericardial diaphragmatic rupture. Thorac Cardiovasc Surg 1984; 32: 376-8.

72 Beddingfield G W - Cardiac tamponade due to traumatic hernia of the diaphragm and pericardium. Ann Thorac Surg 1968; 6: 178-80.

73 Drews J A, Mercer E C, Benfield J R - Acute diaphragmatic injuries. Ann Thorac Surg 1973; 16: 67-78.

74 Telles F C S & Rasslan S - Hérnia peritônio-pericárdica. Rev Ass Med Bras 1974; 20: 223-5.

75 Mattila S, Järvinen A, Mattila T, Ketonen P - Traumatic diaphragmatic hernia: report of 50 cases. Acta Chir Scand 1977; 143: 313-8.

76 Swartz D, Livingston C, Tio F, Mack J, Trinkle J K, Grover F L - Intrapericardial diaphragmatic hernia after subxifoid epicardial pacemaker insertion: case reports. J Thorac Cardiovasc Surg 1984; 88: 633-5.

77 Rogers J F, Lane W Z, Gibbs R - Herniation through the diaphragm into the pericardium. Henry Ford Hosp Med Bull 1957; 5: 271-5.

78 Van Staveren C - Een te groot hart? (Hernia pericardiodiaphragmatica). Ned T Geneesk 1962; 106: 1514-6.

79 Fabris F, Vecchioni R, Vincenzi M - Ernia freno-pericardica del fegato simulante una massa cardiaca. Acta Chir Ital 1964; 20: 735-46.

80 Haider R, Thomas D G T, Ziady G, Cleland W P, Goodwin J F - Congenital pericardio-peritoneal communication with herniation of omentum into the pericardium: a rare cause of cardiomegaly. Br Heart J 1973; 35: 981-4.

81 Farriaux J P, Ribet M, Lefebvre P, Ryckewaert Ph., Fontaine G - Une curieuse forme de hernie diaphragmatique: la hérnie péricardo- diaphragmatique. Ann Pédiatr (Paris) 1979; 50: 3034-43.

82 Clavert J M, De Geeter B, Bientz J, Sauvage P, Buck P - Hernie abdomino-péricardique par anomalie du septum transversum: a propos d'un cas à expression néo-natale. Chir Pédiatr 1983; 24: 137-9.

83 Stolf N A G, Groppo A A, Santos G G, Haddad V L S, Avelar Jr. S F - Hérnia diafragmática intrapericárdica associada a comunicação interatrial. Arq Bras Cardiol 1991; 57: 395-7.

84 De Cardinal, Grenier, Bourderou - Hernie diaphragmatique du côlon transverse dans les péricarde chez un adulte. J Med (Bordeaux) 1903; 23: 222-4.

85 Keith A - Remarks on diaphragmatic herniae. Br Med J 1910; 2: 1297-8.

86 Von Winter H - Diaphragmatischer herzbeuteldefekt beim erwachsenen mit verlagerung von kolon - und netzanteilen in den herzbeutel. Zentralbl Allg Pathol 1956; 94: 470-80.

87 Santy P & Duroux P E - Hernie diaphragmatique. Ectopie abdominale du coeur. Soc Chir Lyon 1950; 46: 356-9.

88 Von Wetzel H - Paraesternale zwerchfellhernie mit verlagerung des colon in den herzbeutel. Fortschr Röentgenstr 1963; 98: 501-3.

89 Puricelli C, Augusti A, Mezzetti M, Santoni N - L'ernia diaframmo-pericardica. Arch Ital Chir 1969; 95: 770-87.

90 Wallace D B - Intrapericardial diaphragmatic hernia. Radiology 1977; 122: 596.

91 Larrieu A J, Wiener I, Alexander R, Wolma F - Pericardiodiaphragmatic hernia. Am J Surg 1980; 139: 436-40.

92 Meads G E, Carroll S E, Pitt D F - Traumatic rupture of the right hemidiaphragm. J Trauma 1977; 17: 797-801.

93 Bryant L R, Schechter F G, Rees R, Albert H M - Bilateral diaphragmatic rupture due to blunt trauma: a rare injury. J Trauma 1978; 18: 280-2.

94 Binvignat O L - Relações anatômicas e morfométricas entre o pericárdio e o diafragma [Tese. Doutorado]. São Paulo: Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo, 1995. 70 p.

Article receive on sábado, 1 de novembro de 1997

CCBY All scientific articles published at bjcvs.org are licensed under a Creative Commons license

Indexes

All rights reserved 2017 / © 2024 Brazilian Society of Cardiovascular Surgery DEVELOPMENT BY