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ARTIGO ORIGINAL

Elaboração de escore de risco para mediastinite pós-cirurgia de revascularização do miocárdio

Ellen Hettwer MagedanzI; Luiz Carlos BodaneseII; João Carlos Vieira da Costa GuaragnaIII; Luciano Cabral AlbuquerqueIV; Valério MartinsV; Silvia Daniela MinossiVI; Jacqueline da Costa Escobar PiccoliVII; Marco Antônio GoldaniVIII

DOI: 10.1590/S0102-76382010000200005

INTRODUÇÃO

Atualmente, as doenças cardiovasculares são a maior causa de mortalidade, contribuindo com aproximadamente 25% dos óbitos nos países desenvolvidos. No Brasil, as doenças ateroscleróticas são responsáveis por aproximadamente 40% dos óbitos ocorridos[1].

Uma forma de melhorar a qualidade de vida dos pacientes acometidos pela doença aterosclerótica é a realização da cirurgia de revascularização do miocárdio (CRM). Nos Estados Unidos, aproximadamente 450.000 cirurgias de revascularização são realizadas a cada ano, com mortalidade em torno de 8%[2,3].

Apesar do desenvolvimento tecnológico e aperfeiçoamento dos profissionais da saúde, a mediastinite, grave infecção do pós-operatório de cirurgia cardíaca, ainda apresenta um grande desafio, uma vez que determina um aumento significativo nas taxas de morbi-mortalidade, dos custos hospitalares e grande impacto na vida social dos pacientes que sobrevivem[2].

A prevalência de mediastinite no pós-operatório varia entre 0,4% a 5%, estando, na maioria das vezes, entre 1% e 2%, aumentando com a presença de afecções pré-existentes, principalmente em pacientes cardiopatas, ou procedimentos associados[4,5]. No entanto, a mortalidade dessa grave complicação é alta, variando entre 14% a 47%. Além disso, a mediastinite aumenta consideravelmente os custos hospitalares, quase triplicando esses valores, o que ocorre principalmente pela elevada morbidade, aumento do tempo de internação hospitalar e necessidade de reintervenção cirúrgica nesses pacientes[2,6-8].

Um grande número de condições clínicas tem sido identificado como fatores de risco para mediastinite, tais como: obesidade, diabetes, doença vascular, tabagismo, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), cirurgia cardíaca prévia, uso de ambas as artérias mamárias prévias, procedimento cirúrgico prolongado (mais de cinco horas), reintervenção cirúrgica dentro de quatro dias de pós-operatório, classe funcional NYHA elevada, necessidade de transfusão sanguínea no pós-operatório, angina estável ou instável, entre outros. Não existe um consenso quanto aos fatores de risco mais importantes e se individualmente são preditores de risco independentes para o desenvolvimento de mediastinite no pós-operatório, visto que cada instituição pode ter seus "próprios fatores de risco"[5,6].

A partir dos sintomas clínicos, a infecção é confirmada em achados radiológicos, tais como radiografias, onde pode ser observado alargamento do mediastino e, especialmente, na tomografia computadorizada de tórax, onde são identificados fluídos no mediastino, deiscência ou erosão esternal e pneumomediastino. O tratamento da mediastinite requer uma combinação de reexploração cirúrgica e instituição de antibioticoterapia empírica imediata[4,9,10].

A medição e a monitorização dos resultados imediatos após cirurgia cardíaca são usadas para comprovar a efetividade do procedimento e para conhecer se tais resultados estão ajustados a programas estabelecidos de qualidade [11]. Entretanto, sabe-se que os resultados cirúrgicos são fortemente influenciados pelas características dos pacientes e os fatores de risco presentes no pré-operatório. Foram realizados mais de 100 estudos de estratificação de risco-prognóstico perioperatório. Os escores mais conhecidos na literatura são: EuroSCORE, National Nosocomial Infections Surveillance (NNIS), Society of Thoracic Surgeons (STS), Nothern New England Cardiovascular Disease Study Groups (NNE). Poucos desses escores contemplam, também, a morbidade pós-operatória[12].

O presente estudo propõe um modelo de escore de risco para mediastinite em pacientes submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio.


MÉTODOS

Foi realizado um estudo observacional de coorte histórica, a partir de variáveis obtidas do banco de dados do setor de pós-operatório em cirurgia cardíaca do Hospital São Lucas-PUCRS. Foram incluídos 2.809 pacientes que realizaram cirurgia de revascularização miocárdica isolada ou combinada com cirurgia valvar, no período entre janeiro de 1996 e dezembro de 2007. Foram excluídas da análise as cirurgias valvares isoladas e CRM concomitante com valvas tricúspide e pulmonar.

As variáveis incluídas na análise foram: gênero (masculino/feminino), idade, prioridade cirúrgica (cirurgia de emergência/urgência colocada como variável única e definida como necessidade de intervenção em até 48 horas, devido a risco iminente de morte ou estado clínico-hemodinâmico instável), classe funcional da insuficiência cardíaca de acordo com critérios da New York Heart Association (NYHA), insuficiência renal crônica (creatinina acima de 1,5mg/dL), politransfusão sanguínea no pós-operatório, cirurgia cardíaca prévia, história de diabetes, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) diagnosticada clinicamente e/ ou por estudo radiológico do tórax e/ou espirometria e/ou em tratamento medicamentoso (corticóide, broncodilatadores), hipertensão arterial sistêmica (HAS), tempo de circulação extracorpórea > 120 minutos, obesidade (IMC > 30kg/m2), fração de ejeção (medida pela ecocardiografia), angina estável classe IV e instável, cirurgia cardíaca prévia e necessidade de reintervenção cirúrgica.

O diagnóstico de mediastinite foi realizado quando o paciente apresentava dor, calor, rubor e secreção purulenta na ferida operatória do esterno, assim como instabilidade do mesmo e febre. O método de imagem utilizado para confirmação diagnóstica foi a tomografia de tórax. Todos os pacientes tiveram seu diagnóstico confirmado no momento da cirurgia pela presença de infecção profunda no mediastino.

As variáveis contínuas foram descritas por média e desvio padrão e comparadas pelo teste t de Student. As categóricas (ou contínuas categorizadas) foram descritas por contagens e percentuais e comparadas pelo teste de qui-quadrado. Para o processo de construção do escore de risco, o banco de dados foi dividido de modo aleatório em duas porções: 2/3 dos dados foram utilizados para modelagem e 1/3 para validação.

A consideração inicial das variáveis seguiu um modelo hierárquico baseado em plausibilidade biológica e informações externas (literatura) quanto à relevância e à força das associações desses potenciais fatores de risco com a ocorrência do desfecho em estudo (mediastinite intra-hospitalar).

Uma vez listadas essas variáveis, utilizou-se a regressão logística múltipla em processo de seleção retrógrada (backward selection), por ter sido o método de melhor ajuste das variáveis, mantendo-se no modelo todas as variáveis com nível de significância P<0,05. Em seguida, foi construído um escore de risco ponderado baseado na magnitude dos coeficientes da equação logística. Ao serem transformados em odds ratios (razão de chances), os valores foram arredondados para compor o escore.

Uma vez observado um desempenho apropriado do modelo no processo de validação, os bancos de dados (modelagem e validação) foram combinados para a obtenção do escore final. Neste processo não foram incluídas ou removidas variáveis, o que resultou simplesmente na obtenção de estimativas mais precisas para os coeficientes já previamente calculados. Foram também apresentadas as mesmas estatísticas de desempenho descritas acima.

O projeto de pesquisa deste estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da PUCRS.


RESULTADOS

Da amostra total (2.809), 94(3,3%) pacientes tiveram mediastinite. Dentre os pacientes que desenvolveram o desfecho, 26,6% foram óbito. A idade média da população estudada foi 61+10,1 anos. Em relação ao gênero, 66% eram homens. Em 7,6% dos pacientes, houve necessidade de cirurgia de troca valvar combinada.

Nos 1.889 pacientes não consecutivos (escolha aleatória) que constituem 2/3 da amostra total foi realizada regressão logística múltipla dos preditores. Os preditores selecionados, devido à sua significância estatística, para a construção do escore, foram: DPOC, obesidade, politransfusão sanguínea no pós-operatório, necessidade de reintervenção cirúrgica e angina classe IV/instável (Tabela 1).




A validação externa foi realizada em 920 pacientes (1/3 da amostra total) escolhidos aleatoriamente. O modelo de risco teve acurácia medida pela área sob a curva ROC de 0,73 (IC 95% 0,68-0,80) tendo, portanto, razoável habilidade discriminatória.

A partir do escore desenvolvido com os dados da validação e com os dados dos 2/3 da amostra, foi construído um modelo final. Com as variáveis listadas foi usada regressão logística múltipla originando o escore de risco (Tabela 2). Os fatores associados com maior risco de mediastinite foram: reintervenção cirúrgica, DPOC, obesidade, politransfusão e angina classe IV/instável. A área sobre a curva ROC do modelo obtido foi 0,72 (IC 95% 0,67-0,78)(Figura 1). A Tabela 3 demonstra o risco de mediastinite de acordo com o escore e a classificação desse risco (escore aditivo).




Fig. 1 - Área sob a curva ROC na detecção da ocorrência de mediastinite - c=área sob a curva ROC; IC 95%: intervalo de confiança de 95%;=0,72 (IC 95%; 0,67-0,78) no modelo de risco final (n=2809)




A regressão logística da amostra total (n=2809) encontra-se na Tabela 4.




Do total da amostra, 80% dos pacientes operados tinham risco baixo e médio, isto é, probabilidade de desenvolver mediastinite estimada pelo escore em 1 (Figura 2). Observamos um gráfico de barras que demonstra o índice de mediastinite prevista de acordo com a classificação do escore de mediastinite. Para testar a calibração do modelo, foi comparado o índice de mediastinite observado com o previsto entre todos os pacientes em cada um dos quatro intervalos de classificação do escore, P=0,61 (Figura 3).


Fig. 2 - Classificação do escore de mediastinite e distribuição do risco em 2809 pacientes - n=2809 pacientes


Fig. 3 - Dispersão de pontos representando o desfecho (mediastinite) previsto (pelo modelo logístico) e observado entre os pacientes (n=2809; eventos = 94)



DISCUSSÃO

Este estudo identificou cinco preditores para mediastinite em cirurgia de revascularização do miocárdio. Estes, de acordo com sua pontuação, formaram o escore: presença de DPOC, obesidade, necessidade de politransfusão sanguínea no pós-operatório, reintervenção cirúrgica e angina estável classe IV/instável. A partir destes preditores, foi então desenvolvido um instrumento para utilização na prática clínica, para calcular o risco de desenvolvimento de mediastinite em pacientes submetidos à CRM. O escore foi desenvolvido a partir da escolha de variáveis baseadas em diversos estudos publicados anteriormente[2,4,6,13], assim como, na vivência no pós-operatório de cirurgia cardíaca do Hospital São Lucas da PUC-RS. Neste escore, diferente de outros anteriormente publicados[14,15], a presença de diabetes não foi preditor independente de risco para mediastinite. É possível que o controle glicêmico rigoroso e o uso de insulina contínua contribuam para a melhor evolução dos pacientes submetidos à CRM em nossa instituição.

A incidência de mediastinite neste estudo foi de 3,3%, sendo semelhante à descrita pela literatura, que varia entre 0,4% a 5%[1,9,13]. Inúmeros fatores têm sido associados ao desenvolvimento de mediastinite após a cirurgia cardíaca. Entretanto, não há consenso na literatura sobre quais os fatores mais importantes e o quanto cada um é preditor independente de risco para mediastinite no pós-operatório.

A necessidade de reintervenção cirúrgica foi o fator de risco para mediastinite mais importante nesse estudo, originando três pontos no escore. A reintervenção como preditor de risco faz parte da maioria dos escores de risco para mediastinite encontrados na literatura[6,13,16]. Um estudo que desenvolveu um modelo de risco para mediastinite em cirurgia cardíaca num Hospital de Toronto, Canadá, demonstrou que a reintervenção é um fator de risco significativo para o desenvolvimento da infecção, com 4 pontos no escore e OR 4,34 (1,94-8,45) na regressão logística[15].

A obesidade também foi importante preditor de risco para mediastinite, acrescentando 2 pontos no escore, com OR 2,8, IC 95% 1,7-4,5. Eklund et al.[17] também destacaram a obesidade como principal preditor de risco num estudo que incluiu 10.713 pacientes submetidos à cirurgia cardíaca, sendo fator de risco independente na análise multivariada com OR 1,1, IC 95% 1,05-1,15. Neste estudo, a incidência de pacientes com mediastinite foi quase três vezes mais alta nos pacientes obesos do que nos demais. Da mesma maneira, em um estudo francês, a incidência de mediastinite foi de 5,6% nos pacientes com IMC > 30 em comparação com 2,0% naqueles que possuíam um IMC menor[18]. O real mecanismo pelo qual a obesidade leva a esta complicação é pouco compreendido, sendo provavelmente multifatorial. É possível que esteja relacionado com fatores técnicas durante a cirurgia, tais como: dificuldades no preparo da pele; aumento do período trans-operatório; sangramento aumentado e profilaxia antibiótica ineficaz, uma vez que tais pacientes apresentam um volume de distribuição maior e penetração das drogas no tecido adiposo[9].

Assim como a obesidade, DPOC também foi importante fator de risco para mediastinite, com OR 2,6 IC 95% 1,7-4,1 na regressão logística. Essa condição acrescenta 2 pontos no escore de risco. A estimativa de risco proposto nos Guidelines do ACC/AHA[19] também apresenta DPOC como um fator de risco, acrescentando dois pontos em seu escore. No estudo retrospectivo de Gardlund et al.[20], DPOC foi fator de risco independente para mediastinite (P<0,001), assim como em um estudo que incluiu 15.406 pacientes submetidos a CRM, onde 25,9% dos pacientes DPOC desenvolveram mediastinite[13].

Pacientes com angina estável classe IV e instável constituem 38,5% dos casos da nossa amostra, sendo que 4,4% dos pacientes desenvolveram mediastinite contra 2,7% naqueles com angina classe I,II ou III. No escore de risco contribuiu com um ponto, com OR 1,7; IC 95% (1,1-2,6). Não foram identificados estudos citando a presença de angina como fator preditor de risco para mediastinite em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca. Neste estudo, encontramos a politransfusão pós-operatória como preditor independente de risco para mediastinite, somando um ponto no escore.

Outro escore de risco para mediastinite após CRM desenvolvido num Hospital da Austrália encontrou associação entre transfusão sanguínea e aumento na incidência da infecção, com OR 3,6, IC 95% 2,1-6,1, na análise multivariada, podendo refletir um efeito imunossupressor da transfusão, o que predispõe o paciente à infecção- [12]. Assim como outros modelos de risco para mediastinite em cirurgia cardíaca, este escore também não apresenta perfeita discriminação, sendo considerado razoável (área sob a curva ROC 0,72; IC 95% 0,67-0,78). Talvez a inclusão de novas variáveis possa aumentar a acurácia do modelo. Ainda, com o aumento da população estudada (n), faz-se possível o surgimento de outras variáveis que não foram significativas na análise multivariada, assim como a validação do mesmo em outras instituições.


CONCLUSÃO

A identificação dos fatores de risco em pacientes com mediastinite pode levar a sua modificação, assim como redução da mortalidade e melhoria da saúde e estado funcional. O impacto socioeconômico da mediastinite é uma razão para avaliar e modificar políticas e práticas hospitalares que podem estar contribuindo para o desenvolvimento das infecções.


REFERÊNCIAS

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Article receive on segunda-feira, 19 de outubro de 2009

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