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ARTIGO ESPECIAL

O sexteto mágico da pesquisa clínica

Guilherme Benjamin Brandão PittaI; Francelise Pivetta RoqueII; Marina Regueira PittaIII

DOI: 10.1590/S0102-76382009000200004

INTRODUÇÃO

Participando de avaliações de artigos científicos, de trabalhos de iniciação científica, de conclusão de cursos, de bancas de dissertações de mestrado e de teses de doutorado, enfocamos sempre os principais componentes destes trabalhos, entendendo como sendo os mais importantes, "a ideia brilhante e a pergunta de pesquisa", a "hipótese", o "objetivo da pesquisa", a "variável primária", a "conclusão" e o "título do trabalho de pesquisa", compondo "O Sexteto Mágico da Pesquisa Clínica" (Figura 1), que significa o "alinhamento", ou seja, a relação direta e consecutiva entre etapas da publicação científica.


Fig. 1 - "O Sexteto Mágico da Pesquisa Clínica"



Estes componentes importantes são [1]:

1. A "Ideia brilhante e a pergunta de pesquisa";
2. A "Hipótese";
3. O "Objetivo da pesquisa";
4. A "Variável primária";
5. A "Conclusão" e
6. O "Título do trabalho de pesquisa".


São elementos importantes, devem estar bem presentes e alinhados na divulgação da pesquisa, sejam como trabalho de conclusão de curso, artigo científico, dissertação de mestrado ou tese de doutorado, significam um grande passo para um adequado trabalho científico e possibilidade de publicação do artigo original em uma revista de qualidade científica comprovada.

No atual momento, existe uma exigência de qualidade destes artigos por parte destas revistas científicas para aceitação para publicação, visto que as mesmas estão sendo submetidas a critérios crescentes de exigências de avaliação da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do Ministério de Educação) para classificação e qualificação e da SciELO (Scientific Electronic Library Online) para publicação destes artigos científicos "on-line" [2].

Todos estes componentes de "O Sexteto Mágico da Pesquisa" participam da pesquisa clínica e da sua publicação.

A pesquisa clínica é uma classe de atividades que utiliza seres humanos e animais de experimentação como unidades de análises, cujos objetivos são desenvolver e contribuir para o conhecimento que possa ser aplicado em doentes ou indivíduos saudáveis em condições clínicas semelhantes [3].

São pesquisas cujos resultados podem corroborar ou contrariar diretamente a prática clínica que utilizam variáveis clínicas irrefutáveis [3].

A pesquisa clínica é importante na geração do conhecimento, na publicação dos resultados, na contribuição para a saúde pública do nosso país e para os já acostumados com esta metodologia, à atualização e o despertar para novos temas, condutas e ensino de seus alunos de graduação e/ou pós-graduação [4].

Cabe ao médico a interpretação destes resultados para aplicá-los aos seus doentes. O ideal seria que todas as pesquisas clínicas fossem perfeitas, pois assim não teríamos que nos preocupar com sua qualidade e poderíamos, no processo de tomada de decisão, utilizar o intervalo de confiança de 95% de seus resultados [3].


A PESQUISA CLÍNICA COMO REALIZAMOS?

Para realizarmos uma pesquisa científica, devemos partir de três pré-requisitos básicos [4]:

1. Conhecer bem e ter competência no assunto a ser pesquisado;
2. Ter acesso e dominar a amostra;
3. Depender o mínimo possível de terceiros para realizar a pesquisa.

Devemos também gostar do método científico e nos empolgar com o aprendizado que poderemos ter durante esse processo de aprendizado da pesquisa clínica ou experimental [4].

A realização da pesquisa científica e a posterior publicação dos seus resultados através de artigo original em revista científica começam com a idéia brilhante que podemos ter a partir da pergunta de pesquisa que queremos responder.

Por exemplo, se quisermos saber qual o melhor método de tratamento dos aneurismas da aorta toraco-abdominal: cirurgia aberta ou tratamento endovascular, devemos propor um trabalho científico para respondermos a essa questão colocada, inicia-se com a "idéia brilhante e pela pergunta de pesquisa", propondo uma "hipótese e um objetivo da pesquisa", seguindo-se do plano de intenção, revisão da literatura, testes de instrumentos e de procedimentos, finalizando com o projeto de pesquisa, que contém a "variável primária" proposta, correspondendo a:

a) primeira fase de planejamento da pesquisa, que se segue a:
b) segunda fase de execução da pesquisa finalizada com o relatório final e a:
c) terceira fase de divulgação da pesquisa, principalmente em forma de publicação de artigo original [4].

Cada pesquisa será composta destas três fases: planejamento, execução divulgação, constituindo as etapas da pesquisa [3] (http://www.metodologia.org/pesquisa), sendo a publicação a contribuição do autor ou dos autores para a disseminação do conhecimento científico.


CONCLUSÃO

Quando somos chamados para avaliamos trabalhos científicos, olhamos sempre a presença de "O Sexteto Mágico da Pesquisa" como ponto de partida para o início desta avaliação; se presente, representa um bom início da pesquisa clínica e estruturação adequada do trabalho de conclusão de curso, do artigo científico, da dissertação de mestrado e da tese de doutorado.


REFERÊNCIAS

1. Castro AA. Fiat lux. Maceió:Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas;2006. Disponível em: URL:http://www.metodologia.org/livro.

2. Braile DM. RBCCV caminha para a digitalização total. Rev Bras Cir Cardiovasc. 2008;23(4):I-II. Visualizar artigo

3. Castro AA, coord. Programa minha primeira pesquisa. Maceió:Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas;2006. Disponível em: URL:http://moodle.uncisal.edu.br.

4. Pitta GBB, Castro AA. A pesquisa científica. J Vasc Bras. 2006;5(4):243-4.

Article receive on quarta-feira, 4 de março de 2009

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